segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ore mais em 2011


Para o cristão o ato da oração é a obra mais sublime que ele pode realizar. Certa vez o grande pregador batista calvinista Charles Haddon Spurgeon disse que "Deus não nos capacita para uma grande obra através da oração, a oração é a grande obra". O Dr.John MacArthur citando em seu livro A Sós com Deus o reverendo Martyn Lloyd-Jones disse que "a oração é sem sombra de dúvida a mais elevada atividade da alma humana. O homem encontra-se no seu melhor e mais elevado estado quando, de joelhos, fica face a face com Deus". E eu digo que a melhor e maior obra que podemos fazer por nós mesmos e pelo mundo é orar. É por isso que a Bíblia nos exorta a orar constantemente (1 Ts 5.17).

Para os salvos a oração é tão essencial para sua alma como o ar é para seus pulmões. O cristão respira a vida de Deus através da oração. A oração, alguém já disse, é o diálogo da alma com Deus. É praticamente impossível um crente fiel ao Senhor Jesus viver uma vida sem oração. Pois sem oração ele não vive. É como um peixe fora da água. Quando o cristão ora, ele está consciente de que ele está diante de alguém que é maior do que ele; alguém que é mais capaz, soberano, absoluto e tem todo poder.

Finalizo este ano pedindo a Deus que dê a sua Igreja mais disposição para que neste novo ano de 2011 possa orar mais. Pois acredito que se nós estivermos ocupados demais com a oração, não iremos perder tanto tempo pecando e desobedecendo ao Senhor. Iremos viver uma vida santa, conforme o padrão das Sagradas Escrituras; iremos servir melhor ao Senhor em nossa igreja local; iremos à cada dia produzir frutos para a glória de Deus Pai.

Irmãos, vamos nos gastar neste novo ano em oração! Ore pela sua igreja local, ore pela obra missionária, pelo avanço do Evangelho, ore pelos dignitários de seu país, ore por seu estado, seu município, por todas as autoridades militares, por todas as nações, reinos, povos. Pois somente com os joelhos dobrados estaremos fazendo a vontade de Deus.


Thiago Rabello

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Os teólogos também precisam de Deus

Eu, como um teólogo também preciso de Deus. Todos os teólogos, pastores, mestres, pregadores, etc. também necessitam da Fonte de Água viva. Nós não somente temos a função de pregar e ensinar as pessoas a manterem um relacionamento correto com Deus, devemos também ter em mente que não é diferente conosco. Precisamos de Deus mais do que àqueles que exortamos a buscarem a Deus.

O que, nesses últimos tempos está acontecendo com muitos teólogos e professores de Bíblia, é que eles estão tratando Deus como se Ele fosse apenas um Ser transcendental que servisse apenas para ser examinado, estudado, "dissecado", e não adorado, reverenciado, amado e louvado.

Os teólogos podem muito bem conhecer os diversos assuntos de que a teologia trata a respeito de Deus. Pode conhecer profundamente as passagens das Escrituras Sagradas. Mas, se não reconhecerem que ainda são pecadores e carentes da misericórdia de Deus, tudo isso para nada lhes servirá. Se o tal teólogo não for um crente experimentado com Deus, se ele realmente não foi tratado por Deus e principalmente transformado pelo poder do Espírito Santo, ele não irá desfrutar da verdadeira comunhão com Deus que emana de sua Sacra Palavra.

A pessoa pode ser até um teólogo, mas isso não quer dizer que ela tenha comunhão com Deus. Sua teologia é apenas superficial e fabricada em uma sala de Universidade. Não é uma teologia que têm como resultado principal o louvor e a glória de Deus. Não tem como objetivo o fazer discípulos e edificar a Igreja de Deus. Mas serve apenas para satisfazer seu próprio ego; para ser apenas mais um profissional do Evangelho. O resultado? Falsos obreiros, lobos trajados com peles de ovelhas que procuram despedaçar o rebanho de Deus arrancando suas gorduras e peles macias.

Devemos tomar cuidado! Pois a aquisição de conhecimento é em si um tanto perigoso se não mantermos o devido equilíbrio. O que vemos por aí são teólogos vivendo uma religião meramente externa, completamente insensível, vazia de Deus e que não amam as almas dos pecadores. O remédio certo para isso é verdadeiramente recuperarmos esse relacionamento quebrado, deixando para trás toda ortodoxia morta e sepulcral e corrermos novamente para os pés da Cruz!

Que nós possamos reconhecer essa verdade, de que não são só os nossos ouvintes que precisam de Deus, nós também precisamos dEle.

Soli Deo Gloria

Thiago Rabello

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Deus das Manifestações Estranhas?

Vivemos em dias em que a igreja cristã tem sido ferrenhamente atacada por heresias, que por sua vez tem enganado muitos crentes, arrebanhando-os até o abismo infernal que é o total afastamento da Santa Palavra de Deus. O desejo de Deus é que todos os crentes tenham um pleno conhecimento das Verdades de Deus, Verdades essas que são as Sagradas Escrituras, que tem a finalidade de fazer com que "o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra".


Mas, nem todos os cristãos querem conhecer a Deus através desse meio principal que é a sua Palavra. Querem sim, conhecê-lo através de meios subjetivos, através de suas "percepções ou "intuições" naturais, ignorando assim os Santos decretos de Deus. Para provar isso, temos muitos testemunhos de pessoas que tiveram uma certa "experiência" com Deus, contam cada tipo de experiência que nos chega até arrepiar os pelos do corpo, ou fazem nós mergulharmos no chão tomados de uma gargalhada incontrolável.


Essas "experiências “ são facilmente aceitas nos círculos evangélicos brasileiros, principalmente nas igrejas Superpentecostais e Neopentecostais. Esses crentes que são somente baseados em "experiências sobrenaturais" não passam de pessoas que nunca tiveram um encontro real com Cristo. Daí elas conterem em si um alto grau de misticismo pagão. Elas gostam do sobrenatural, gostam de serem impressionadas a cada segundo por uma nova "experiência mística".


A maioria dessas experiências ocorrerem com certas pessoas é pelo fato de elas próprias provocarem essas experiências. No sentido de não se contentarem com o dom das Sagradas Escrituras. Para elas, as Escrituras não são o suficiente para preencher as lacunas emocionais de suas vidas espirituais medíocres. Não vivem o Evangelho bíblico, mas sim um falso evangelho , o de emoção!


Na maioria das igrejas evangélicas do mundo, os crentes cultuam a Deus, não com a razão, o intelecto, mas sim com seus sentimentos enganosos. Os cultos hoje parece mais como um show do que com um culto oferecido ao Criador de todas as coisas, hoje em dia, os cultos são antropocêntrico, isto é, o homem como o centro de tudo. Nos cultos, fala-se mais no nome de fulano de tal do que no nome de Jesus Cristo, mencionam-se mais os nomes de políticos corruptos que estão doando materiais de construção para a igreja, do que no nome do Doador da vida eterna.


Os crentes sentem um tipo de presença misteriosa que os faz pularem, correr, gritarem, dançarem, sapatearem, que os fazem fazer caras feias, rirem sem parar, dar cambalhotas e piruetas, rolarem no chão, fazer estátua da liberdade, aviãozinho, super homem, águia alçando vôo, saltarem em cima do púlpito de madeira, mergulharem uns nas costas do outro como se estivessem mergulhando em uma piscina, entre outras milhares de esquisitices até mais do que a mente natural do homem pode imaginar, coisas até que o próprio Satanás duvida.


Essa suposta presença que dizem ser do Deus Espírito Santo (que blasfêmia atribuir coisas desse tipo ao Espírito Santo!) faze-os agirem assim, menos chorar amargamente a sua pecaminosidade! Confundem movimento humano ou diabólico com reavivamento bíblico. Deus não é um Deus de manifestações estranhas como as citadas acima, Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz, de ordem. Tais manifestações, que por sinal estão longe de serem do Espírito Santo, têm pelo menos duas fontes, ou são produzidas por nós mesmos, por nossos próprios sentimentos, ou pelo espírito do erro que infelizmente está sentado sobre as cadeiras dos pastores e regendo as igrejas.


As manifestações verdadeiras do Espírito Santo são aquelas que agem proficuamente na igreja, trazendo a mesma para a Palavra de Deus; quebrantando o coração do pecador, fazendo com que ele venha a reconhecer que não passa de menos do que nada, quando se depara com a pura e verdadeira presença de Deus.


O deus das manifestações estranhas e bizarras é um deus com "D" minúsculo.


Soli Deo Gloria


Thiago Rabello

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A Grande Luta

"No íntimo do meu ser tenho prazer na Lei de Deus"(Rm 7.22).

Há na vida de todo cristão verdadeiro uma Grande Luta. Não estou me referindo àquela luta que Paulo fala a qual "não é contra a carne nem sangue, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais" (Ef 6.12), de fato, essa luta contra as forças espirituais do mal existe, e todos nós estamos engajados nessa batalha, mas esses nossos inimigos e o próprio Satanás já estão vencidos pelo Senhor Jesus Cristo (Cl 2.15), o valente também já foi amarrado (Mc 3.26,27), a cabeça da serpente já foi esmagada na Cruz (Gn 3.15), o exorcismo cósmico já ocorreu (Jo 12.31-33), a morte já foi vencida pela Morte de Jesus na Cruz (Hb 2.14,15), e o dragão já foi amarrado, (isto é, Cristo restringiu o poder de Satanás pela Cruz) (Ap 20.1-3). Mas, nesse artigo eu quero discorrer sobre o outro tipo de luta, que para mim, é a maior de todas: A luta contra nós mesmos!.


Essa Grande Luta ocorre dentro do nosso interior, é uma batalha poderosa entre o Espírito e a Carne. Paulo menciona essa Grande Luta em Romanos 7. 15-24. Nessa descrição que o apóstolo faz dessa Grande Luta ele menciona que ele não entendia o que fazia...."Pois não faço o que desejo, mas o que odeio" (vs.15, NVI). Esse nosso inimigo interior é tão poderoso que Paulo fala que ele possuía um certo tipo de controle sobre ele, esse inimigo, Paulo menciona no versículo 17 é a Carne, isto é, a velha natureza Adâmica. Não devemos subestimar esse nosso inimigo, pois de fato ele tem poder, e se nós nos entregarmos, ele pode assumir todo o controle de nossas vidas, e Cristo não mais reinará sobre nós. Esse nosso maior inimigo, milita contra o Espírito Santo que está em nós, tentando assim nos puxar para baixo, mas o Espírito de Cristo que está em nós e milita contra a Carne, nos puxa para cima, sempre em direção a Cristo (Gl 5.17).


Não devemos negar que a Carne muitas das vezes nos controla em algumas situações. Eu sou um grande exemplo dessa verdade. Muitas das vezes a Carne me domina. Há uma força muita grande dentro de mim que me impulsiona a orar ao Senhor, ler e estudar a sua Santa Palavra, adorar e servir ao meu Mestre, mas, há também uma outra força de grande potência que faz com que eu faça completamente o contrário. Essa força se chama a minha Natureza Pecaminosa, o meu inimigo mais presente, àquele que odeio com todas as minhas forças. Às vezes, ele me domina tanto, que sinto meu coração preso, completamente inibido, neutralizado; todas as situações estão favoráveis para que eu venha orar e ler a Bíblia, mas chega esse meu inimigo e estraga tudo. Confesso que na maioria das vezes não consigo vencê-lo (confesso isso com lágrimas nos olhos e vergonha), mas eu não desisto. O Gloriosos Espírito de Cristo está em mim, e se ele está em mim, nEle posso todas as coisa. Esse é o segredo da Santificação: O Espírito Santo está em nós, e se Ele está realmente em nós, Ele nós capacita a vivermos assim como Cristo viveu, a andar como Ele (Cristo) andou, a sermos semelhantes a Ele em sua imagem, "sendo transformados com glória cada vez maior" (2 Co 3.18).


Não estou declarando no sentido de que na maioria das vezes a Carne me domina e me escraviza a pecados específicos, Não! Cristo Jesus já me libertou da escravidão do pecado. Mas estou dizendo que, às vezes, devido à falta de tempo, por motivo de trabalho, resisto às investidas da minha Natureza Pecaminosa,"quando penso em fazer o que é bom e não faço"(vs. 18). O Rev Augustus Nicodemus, em seu célebre livro "O Que Estão Fazendo com a Igreja", revela, de maneira muito humilde, a sua própria propensão à se voltar aos caprichos e desejos pecaminosas de sua carne, assim ele diz: “ Eu acredito, depois de todos esses anos de crente, de pastor e professor de interpretação bíblica, que a leitura bíblica diária, junto com meditação e oração a Deus, são meios indispensáveis para nos santificarmos (Sl 1). Não sei como muitos conseguem passar dias e dias sem ler a Palavra de Deus, sem meditar nela e buscar a Deus em oração. Quando por algum motivo deixo de fazer minhas devoções diárias, sinto o velho Adão crescer dentro de mim. Perco o gozo e o deleite na oração. Meu coração começa a se endurecer, meus sentidos espirituais começam a se embotar. O pecado deixa de ser odioso e começa a ser mais atraente” (Augustus Nicodemus Lopes, O Que Estão Fazendo com a Igreja, São Paulo, Ed. Mundo Cristão, 2008).


Admiro nesse grande servo de Deus a sua sinceridade em confessar sua inclinação à Velha Natureza, quando deixa de praticar seus devocionais. Eu acredito que muitos crentes passam diariamente por essa Grande Luta e carecem de ler essas palavras e obter delas ânimo para continuarem buscando ao Senhor. A melhor posição a se adotar diante dessa Grande Luta interior é tão somente Perseverar em fazer o que o Espírito Santo te incita a fazer, isto é, se Ele te incomodar a orar, não hesite, ore, mas você pode me perguntar: “E se meu coração não quiser orar?” Eu te respondo: Vá contra a vontade de seu coração. Com “coração”, me refiro a nossa Natureza Pecaminosa, pois “o coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jr 17.9). Se o Espírito Santo colocar em ti fome e sede pela Palavra de Deus, não ignore, abra a Bíblia e comece a lê-la com profundo amor e devoção. Se você quiser vencer, o Espírito Santo te ajudará, se você quiser se entregar nessa guerra, Ele não fará absolutamente nada a seu favor.


Que Deus nos ajude nessa Grande Luta até que Cristo venha.


Soli Deo Gloria


Thiago Rabello

sexta-feira, 19 de março de 2010

Uma defesa da Fé Reformada

Estou furioso! Sim, você está lendo corretamente, é isto mesmo, estou furioso!

Eu não aguento mais pessoas atacando a fé reformada, dizendo que os reformados não passam de mera "letra". Dizem que vivemos fundamentados em teorias e não conhecemos o poder de Deus. Parece que para essas pessoas que se dizem crentes, somos hereges, retrógrados, afirmam que estamos presos no passado, dizem que a teologia reformada é velha, que ela não serve mais para hoje. Tais crentes que falam isso, não conhecem nenhum pingo da fé reformada, não conhecem nada sobre a Reforma Protestante do século 16.

Infelizmente essas pessoas que são contra a fé reformada vivem em nosso meio, conhecemos elas muito bem, e mais, muitos são nossos líderes, e alguns são até nossos amigos. Mas, qual é o motivo dessas pessoas que se dizem salvos não abraçarem a fé reformada? Por que eles tanto atacam a fé reformada? E em alguns deles, parece que habita neles um ódio por nós reformados.

Recentemente fiquei sabendo de um irmão conversando com outro a respeito desse assunto, que disse "esses Presbiterianos malucos...".
O motivo da discussão era se os reformados crêem ou não no Dom da Cura. E o outro irmão que é reformado estava explicando para ele que cremos sim na cura, mas à maneira de Deus, de acordo com a Sua vontade.

E parece que esse irmão não gostou e começou a falar mal dos Presbiterianos. Não estou aqui propriamente defendendo a denominação Presbiteriana - que por ela tenho particularmente um grande apreço - mas sim para fazer uma pequena defesa da fé reformada.

Geralmente quem não gosta da fé reformada e conseguentemente dos reformados são os "Superpentecostais". E também existem aqueles que até conhecem a fé reformada, mas procuram ignora - lá para poderem não ficar mal com suas denominações Pentecostais.

As acusações ao nosso respeito são várias. Enumeremos algumas:

1° Alegam que nós reformados só temos a "letra" (com a palavra letra, querem dizer que só temos o conhecimento bíblico) conosco.

2° Dizem que nossas reuniões de adoração a Deus são a mesma coisa que um Funeral, não passam de reuniões frias e sepulcrais.

3° Nos acusam de sermos muitos metódicos e detalhistas com as coisas de Deus e insensíveis ao Espírito Santo.

Mas, no que a fé reformada se baseia? No que nós reformados cremos?
Muitas das doutrinas que seguimos, são as mesmas que os nossos acusadores professam.

Então, por que o motivo dessa perseguição? Porque tantas acusações? Se o que só sabemos crer é no Evangelho do Senhor Jesus Cristo, assim como eles (bom, eu acho que eles crêem).

Tais inimigos da fé reformada se esquecem de que não estão somente perseguindo a nós, mas sim ao próprio Evangelho! Pois o que nós cremos e pregamos é tão somente que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação. Isso é ou não o verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus?

Ou será que os nossos opositores que se dizem crentes não pregam e professam essa mesma doutrina?

Lembra o que o Senhor Jesus disse para seus discípulos? "...Aquele que não está comigo é contra mim...". Nós reformados estamos intrinsecamente ligados ao Mestre e a sua Palavra. E tenho certeza que quem nos odeia, primeiramente odiou a Ele.

Tenho para mim, que não podemos viver uma vida cristã sem considerarmos o que nossos antepassados fizeram para que pudéssemos chegar até aqui. Não podemos estudar a História da Igreja Cristã e fazermos vista grossa quando se fala do século 16 e a Reforma Protestante.

Analisemos rapidamente a Reforma Protestante e suas consequências.

Se nós estudarmos a Reforma Protestante do século 16, vamos ver claramente o palco lúgubre montado em que a reforma protestante se apresentou, era um período da História completamente negro, a Igreja Católica Romana imperava de norte a Sul, as suas doutrinas deturpadas das Escrituras vigoravam com grande intensidade.

Vejamos algumas características da Igreja Católica no início do século supracitado:

1) O papado era uma potência religiosa e política, e grande parte da vida econômica girava em torno das igrejas paroquiais, ocasionando insatisfação por parte das autoridades civis, devido à intervenção do papa em seus negócios.

2) A corrupção política, econômica e moral generalizada na "igreja" e no clero contribuiu para um sentimento anticlerical.

3) Profunda carência espiritual: a igreja tinha se tornado extremamente meticulosa no confessionário e, ao mesmo tempo, induziria os fiéis a realizarem boas obras que, não poderiam deixar de ser, eram sempre insuficientes para eliminar o sentimento de culpa latente. [A experiência de Lutero, durante seu noviciado e depois como monge agostiniano, constituiu-se um bom exemplo de que a confissão auricular, os jejuns e penitências - os quais ele praticava com frequente rigor - não lhes proporcionava a paz esperada; daí ele se exceder cada vez mais aos da sua ordem - que, a partir da reforma de 1503 feita por João von Staupitz (1469-1524), era ainda mais severa - em penitências, buscando encontrar a paz com Deus e a certeza da salvação de sua alma].

Os reformadores iam contra a igreja católica por causa de seus abusos; por causa dela se colocar acima das Sagradas Escrituras. Por afirmarem veementemente que ela (a Igreja Católica) tinha o poder de autenticar as Escrituras por sua própria interpretação pessoal,e mais, ela afirmava que suas tradições estavam acima da Palavra escrita ou em pé de igualdade com a mesma. Os reformadores combatiam o ensino errôneo do Catolicismo Romano de que para se alcançar a salvação, era necessário pagar pela mesma, e assim, a Igreja Católica fatura milhões e milhões.

Os reformadores combatiam também a veneração dos santos que morreram com Cristo. Os nossos precursores diziam que não há outro Senhor e Salvador que devemos adorar, a não ser nosso Rei Jesus.

Como colocou bem o ilustre Alister McGrath: "A Reforma ocupou, e deve continuar a ocupar, um legítimo e significativo lugar na História das idéias".

Será que esses crentes que criticam a fé reformada não teriam - no lugar dos reformadores - a mesma atitude de combater todos esses erros que os reformadores combateram? A resposta é um indubitável NÃO. Não, Eles não teriam a mesma atitude.

Qual era o principal objetivo da Reforma Protestante?

A Reforma teve como principal objetivo o retorno às Sagradas Escrituras, a fim de reformar a igreja que havia caído, ao longo dos séculos, em uma decadência teológica, moral e espiritual.
A preocupação dos reformadores era principalmente a reforma da vida, da adoração e da doutrina a luz da Palavra de Deus. Desta forma, a partir da Palavra, os reformadores passaram a pensar acerca de Deus, do homem e do mundo. A Reforma foi acima de tudo uma proclamação do Evangelho cristão.

Na Reforma, a Palavra de Deus era a única autoridade, e a salvação tinha como base a obra definitiva do Senhor Jesus Cristo, consumada na cruz.

Será que para os inimigos da fé reformada os reformadores fizeram errado por tão somente proclamarem as Escrituras? E que a salvação proviesse pelo singular sacrifício de Jesus no Calvário? É por esses motivos que tais crentes têm raiva de nós reformados?

Os sola's da Reforma.

Os reformadores do século 16 organizaram as principais doutrinas das Escrituras e da Fé Reformada em cinco palavrinhas chave:Sola Escriptura(somente a Escritura), Sola Fide(somente a Fé),Sola Gratia(somente a Graça),Solus Christus(somente Cristo), e Soli deo Gloria(a Deus somente a Glória).

1) Sola Escriptura. Ao usar estas palavras, os Reformadores indicavam sua preocupação com a autoridade da Bíblia, e expressavam que a Bíblia é a única autoridade suprema - não o papa, nem a igreja, nem tradições ou concílios de igreja, menos ainda intuições pessoas ou sentimentos subjetivos - mas tão somente a Escritura.

2)Sola Fide. Quando os reformadores usaram estas palavras, se preocuparam com a pureza do Evangelho, querendo expressar que os crentes são justificados por Deus pela fé, inteiramente à parte de quaisquer obras que tenham feito ou que possam fazer. Justificação por meio de Cristo unicamente pela fé tornou-se a doutrina primordial da Reforma Protestante. Sola Fide foi chamado o princípio material da Reforma porque melhor do que qualquer outro encarna o próprio conteúdo do Evangelho. É essencial a ele. Uma frase para nós reformados muito famosa de Martinho Lutero resume bem essa doutrina: "É o artigo pelo qual a Igreja se firma ou cai".

3) Sola Gratia. Aqui a insistência deles era que os pecadores não tem nenhum direito a reivindicar alguma coisa de Deus, porque Deus não lhes deve nada senão o castigo por seus pecados, e que, se ele salva apesar de suas transgressões, como é o caso daqueles que são salvos, é só porque agrada-o fazer isso. Ensinavam que a salvação é somente pela Graça.

4) Solus Christus. Ao afirmarem tais palavras, diziam que proclamar Cristo somente é proclamá-lo como único suficiente Profeta, Sacerdote e Rei do cristão. Não precisamos de outros profetas para revelarem a vontade e a direção de Deus; na Bíblia, Jesus disse tudo que devemos ouvir, tudo que nos é necessário tanto para o conhecimento desta vida, quanto da porvir. Não precisamos de outros sacerdotes para mediar à salvação e as bênçãos de Deus; Jesus é o nosso único e suficiente mediador. Não precisamos de outros reis para controlar o pensamento e a vida do crente e da igreja, não precisamos de gurus; só Jesus é o rei de cada cristão individualmente e da sua Igreja.

5) Soli deo Gloria. Finalmente, cada uma dessas quatro frases foi resumida no lema Soli deo Gloria. Em Romanos 1.36 as palavras "A ele, pois, a glória eternamente" seguem a "porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas", significando que é porque todas as coisas são vindas realmente "dele e por meio dele, e para ele" que nós dizemos "a Deus somente seja a glória". Pensamos na Escritura? Ela é de Deus, veio a nós pela intermediação de Deus, e permanecerá eternamente para a glória de Deus. A justificação pela fé? Vem de Deus, por meio de Deus, e para a glória de Deus. A graça? A graça, também, tem a sua fonte em Deus, vem a nós pela obra de Deus o Filho, e é para a glória de Deus.

É nessas doutrinas Escriturísticas que nós reformados cremos e professamos; é nessas mesmas doutrinas que toda a Igreja do Senhor Jesus deve crer. Essas são as verdades absolutas e universais da Santa e infalível Palavra de Deus. Não viemos trazer um novo Evangelho, pregar uma nova doutrina além daquelas que já estão exaradas na Bíblia. Não somos doidos de cometer tais atos.

A Fé Reformada existe para trazer de volta as doutrinas cristãs que foram e estão sendo deixadas pela Igreja hodierna. Nós reformados temos a cada dia o compromisso de colocar as Sagradas Escrituras no centro da igreja, da sociedade e nas nossas próprias vidas.

Infelizmente, embora a Contra-Reforma Católica Romana tenha ocorrido no fim do século 16, a Contra-Reforma Protestante vem obtendo êxito nesses últimos dias.

Que possamos orar, e deixar Deus nos usar para reformar a igreja evangélica brasileira juntamente com a nossa cultura moribunda.
Quem sabe muitos desses que falam mal da Fé Reformada, um dia não abracem e passem a professa-lá?

Esse é o meu desejo.

Em Cristo, o Senhor da Reforma


Thiago Rabello

quinta-feira, 11 de março de 2010

Protestar ou ficar de braços cruzados?


Aqui me encontro novamente para Protestar, sim, protestar contra certos tipos de cristãos covardes que não conseguem alçar a voz, e, assim como muitos, Protestar. Estamos sujeitos a uma enorme tendência em nosso meio evangélico de ficarmos com os braços cruzados, vendo a banda da mentira, orgulho, falta de compromisso com Deus, e milhares de outros pecados, passar. Falta-nos coragem o suficiente para protestarmos contra tora a espécie de males que ferem a ordem na igreja, na nossa vida, na família e na nossa sociedade.

Conheço pessoas que são obreiros (Presbíteros, Diáconos, Evangelistas, Etc.), que não tem nem sequer a hombridade de protestar contra tudo que é avesso e antibiblico que está dentro das próprias denominações que congregam. São pessoas que se dizem formadas em seminários teológicos, dizem que já leram a Bíblia não sei quantas vezes, lêem livros, fazem praticamente tudo o que a Bíblia ordena que um obreiro faça. Mas se esquecem de uma coisa principal, Protestar!

Se esquecem que um dos maiores Protestantes de toda a era cristã foi o próprio Senhor Jesus Cristo! Jesus não podia ver um fariseu e um mestre da lei mandando seus prosélitos e o povo a praticarem a Lei Mosaica - sendo que eles não tinham a disposição de mover um dedo para o cumprimento da mesma - que já protestava contra eles e dizia a multidão e aos seus discípulos:  "Os mestres da lei e os fariseus se assentam  da cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos para levantar um só dedo para movê-los. Tudo o que fazem e para serem vistos pelos homens. Eles fazem seus filactérios bem largos e as franjas de suas vestes bem longas; gostam do lugar de honra e dos assentos mais importantes nas sinagogas, de serem saudados nas praças e de serem chamados 'rabis'".

Se esses tais obreiros que mencionei conhecessem mesmo as Sagradas Escrituras, saberiam o teor da primeira carta de Paulo aos crentes da igreja de Corinto. Paulo, acredito eu, foi, depois de Cristo, um dos maiores Protestantes de todos os tempos, pois combatia veementemente as irregularidades, os pecados, e os falsos obreiros que permeavam o ambiente da cristandade de sua época. Podemos ver claramente um grande exemplo no capítulo cinco de Coríntios, aonde Paulo, sabendo de um grave pecado (incesto) que estava dentro dessa igreja, foi um tanto ríspido quando disse entreguem esse homem a Satanás...

Vemos também em outras passagens como, com zelo pela obra do Senhor citava até nomes, nomes de obreiros que o haviam prejudicado (2 Tm 4.10, 14). Chegou até a resistir o Apóstolo Pedro na face! Veja, Gl 2.14.

Se nós entrarmos então na História da Igreja, vamos ver também dezenas, senão, milhares de Protestantes protestando corajosamente contra todas as distorções da Igreja Católica Romana. Dentre essas dezenas podemos citar os principais: John Russ, Savonarola, Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino. São Homens que não temeram o que podiam lhes acontecer com seus corpos, mas antes, foram até o fim; deram as suas vidas à favor das Verdades da Palavra de Deus!

Não somente oraram, mas fizeram algo; não somente falavam, mas suas atitudes coadunaram com as suas palavras. Diferentemente de alguns obreiros de hoje. Certa vez fiquei sabendo que um Presbítero e um Evangelista viraram para um jovem Diácono e disse: "você acha que nós não sabemos as coisas erradas que acontece lá naquela igreja? Mas agente não pode chegar para o Pastor e recriminá-lo por isso, mas nós sim só oramos, porque fulano, é Deus que muda!".

Se o caso fosse só orar, o Apóstolo Paulo, Jesus Cristo, John Russ, Savonarola, Martinho Lutero e João Calvino não teriam Protestado, mas sim, deixado tudo nas mãos de Deus através da oração.

Na minha opinião, se esses obreiros que dizem ter formação teológica, e agem assim, é óbvio que não passam de covardes e medrosos. E o que Deus diz desses? A resposta é:  "Quem for covarde e medroso que volte..." (Jz 7.3). O mais interessante é que essa gente são professores de seminários, ensinam sobre a Reforma Protestante do século 16 (ensinam pouco, por não dominarem muito bem o assunto, mas ensinam), falam sobre os Reformadores da época, mas eles próprios não são Reformadores e muito menos Protestantes.

O conselho que a Bíblia nos dá, é que devemos destruir todo argumento e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.
Defendendo assim o Evangelho com unhas e dentes, como disse o Dr. R. Albert Mohler Jr. Na sua participação no obra Reforma Hoje, publicado no Brasil pela editora Cultura Cristã: "Crentes confessionais amam a verdade e refutam o erro, não com espírito soberbo e vingativo, mas num espírito de humildade e fidelidade".       

Em Cristo,

Thiago Rabello.     
 



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O ressurgimento da antiga filosofia Católica Romana: "Mantenha-os ignorantes e os manterá sob seu domínio".

Infelizmente, está ressurgindo dentro das nossas igrejas protestantes, a antiga filosofia da Igreja Católica Romana de alguns séculos atrás: "Mantenha-os ignorantes e os manterá sob seu domínio". Essa antiga filosofia que permeou quase todos os séculos antes da reforma protestante do século 16, tem ressurgido com toda força nesse século 21, sendo que, agora, com uma nova roupagem, com novos propagadores e com novos receptores: A igreja evangélica protestante brasileira e seus líderes!

Essa antiga filosofia, com já mencionei, estava impregnada nos clérigos da Igreja Católica Romana de alguns séculos passados. Os líderes da Igreja Católica mantinham o povo longe das Sagradas Escrituras, longe do verdadeiro conhecimento bíblico, pois esses líderes sabiam que, se o povo não tivesse o conhecimento bíblico necessário, ficaria muito mais fácil de manipular, mais fácil de fazer deles marionetes-humanas.

Quem somente podia ter acesso as Sagradas Escrituras, eram àqueles que estavam se preparando para se tornar alguma autoridade da igreja Católica Romana, e também àqueles que tinha a autoridade. Isso acontecia a séculos passados, mas infelizmente tem ocorrido a mesma coisa nesses nossos dias hodiernos. Muitos líderes da igreja evangélica brasileira estão praticando essa filosofia, pois eles sabem se realmente ensinarem a Bíblia para o povo, alguns aprenderão e combaterão os próprios que os ensinaram. Pois o Brasil está recheado de líderes evangélicos que pregam e ensinam a Palavra de Deus, mas suas vidas, seu comportamento, não se coadunam com aquilo que pregam e ensinam. Já tem o caso de outros líderes que não ensinam a Palavra de Deus para o povo, porque eles mesmos nunca a aprenderam de fato.


Quando a Reforma Protestante teve seu início no século 16, os reformadores criam que, se as Escrituras estivessem em uma língua acessível aos povos, todos os que quisessem poderiam ouvir a voz de Deus, e todos os crentes teriam acesso à presença de Deus. Frans Leonard Schalkwijk comentou muito bem esse ponto: "Para eles, [os reformadores] as Escrituras eram mais uma revelação pessoal que dogmática". Calvino, por exemplo, entendia que as Escrituras eram tão superiores a outros escritos que, "se lhes voltarmos os olhos puros e sentidos íntegros, prontamente veremos a majestade de Deus que, subjugando nossa ousadia de contraditá-la, nos compele a obedecer a ele” *.


Partindo desses princípios, a Reforma, aonde quer que chegasse, preocupava-se em colocar a Bíblia na língua do povo – e, neste particular, a tipografia foi fundamental para a Reforma – afim de que todos tivessem acesso à leitura bíblica, tornando o “reavivamento” da pregação da Palavra de Deus um dos marcos fundamentais da Reforma.
Contudo, os Reformadores esbarraram em um grande problema: o analfabetismo generalizado entre as massas. Como eu já disse anteriormente e agora faço um acréscimo: a leitura era um privilégio de poucos; de livros, então, restringia-se a médicos, nobres, ricos comerciantes e integrantes do clero.


É digno de nota que, antes mesmo do o humanista Erasmo de Roterdã (1466 – 1536) editar o Novo Testamento em Grego (1516)* e de Martinho Lutero afixar suas 95 teses às portas da Catedral de Wittenberg (31.10.1517), já se tornava visível o esforço por colocar a Bíblia no idioma nativo de cada povo. John Wycliffe (1320 – 1384), Nicholas de Hereford (? – 1420) e John Purvey (1353 – 1428) traduziram a Bíblia para o inglês no período de 1382 – 1384. Coube a Nicholas a tradução da maior parte do Antigo Testamento. Esta tradução, que incluía os apócrifos, foi feita diretamente da Vulgata, sem consultar os originais hebraicos e gregos.


Outro ponto que deve ser realçado a esse respeito é que, quanto mais se aproximava o século 16, verificou-se um desejo mais intenso de ler as escrituras. Como reflexo disso, “de 1457 a 1517 foram publicadas mais de quatrocentas edições da Bíblia”*.
Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, concluindo o seu trabalho em outubro de 1534. A sua obra é uma obra primorosa, sendo considerada o marco inicial da literatura alemã*.

Nunca e jamais podemos negar ao povo o conhecimento bíblico que nós (líderes evangélicos) adquirimos. Nunca devemos tentar proibir as nossas ovelhas de entrarem em um curso de Teologia para aprenderem mais a Santa Palavra. Nunca devemos nos sentir ameaçados por nossos membros, pelo fato de eles terem adquirido um certo grau de conhecimento bíblico e nós não. Nunca devemos atacar a Teologia dizendo que ela é do Diabo, ou dizendo que todos aqueles que fazem a teologia ficam soberbos e prepotentes, pois quem só fica soberbo e prepotente são aqueles que querem ficar, e nunca conheceram de fato Jesus. Podem conhecer a respeito dEle, mas Ele de fato, não o conhecem.

Nunca e jamais devemos tentar manipular o povo - por mais que este seja manipulável - pois Jesus não nos permite isso. Sempre devemos fazer o maior esforço (principalmente àqueles líderes que são remunerados pela igreja) para obter o máximo conhecimento da Palavra de Deus para podermos passar para o povo. Sempre devemos estimular as ovelhas de Cristo a ler e estudar a Santa Palavra do Senhor. Devemos constantemente promover em nossas congregações cursos de discipulado, ou congressos de E.B para que o povo fique mesmo bastante estruturado e edificado em Cristo pela Palavra.

É a obrigação de lideres da Igreja (se não tiverem feito), ingressarem em um curso de Teologia, para poder se prepararem espiritualmente e intelectualmente para poder instruir com maior proveito à Igreja do Senhor.

Nunca devemos amoldar as mensagens bíblicas ao desejo do povo; devemos sim, pregar o que a própria Bíblia prega; dizer o que de fato ela diz.

Que o Senhor nos livre constantemente de escondermos do povo todos os conselhos de Deus.

Em Cristo Jesus,

Thiago Rabello

Notas:

* João Calvino, As Institutas, 1.7.4.


* Erasmo de Roterdã demostrou sua preocupação em tornar a Palavra de Deus acessível ao povo. No prefacio de sua edição do Novo Testamento Grego (1516) e em outros lugares, escreveu: “Eu discordo veementemente daqueles que não permitem a particulares a leitura das Sagradas Escrituras, nem as permitem ser traduzidas em língua vulgar(...). Quero que todas as mulheres, mesmo meninas, leiam os Evangelhos e as epístolas de Paulo. Provera a Deus que a Bíblia fosse traduzida em todas as línguas, de todos os povos, para que pudesse ser lida e conhecida, não só pelos escoceses e os irlandeses, mas também pelos turcos e pelos sarracenos. Porém, o primeiro passo necessário é fazê-los inteligíveis aos leitores. Eu almejo o dia quando o lavrador recite para si mesmo porções das Escrituras enquanto vai acompanhando o arado(...).  E.J. Goodspeed, como nos veio a Bíblia, 3° edição. São Bernardo do Campo, SP: Imprensa Metodista, 1981, pág.116; John Mein, A Bíblia e como chegou até nós, 3° edição. RJ: JUERP, 1977, pág. 64.


* Lucien Febvre, Martin Lutero: um destino, 7° reimpressão, México: Fondo de Cultura Econômica, 1992, pág. 187.



* Obs: Essas informações e suas notas (exceto esta) foram extraídas do excelente livro do Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa, João Calvino 500 anos, 1° edição. SP: Cultura Cristã, 2009, páginas 23-25.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Um Protesto Contra Certas Liturgias de Culto.

Desde quando comecei essa carreira dificílima de não somente ler, mas também estudar a Palavra de Deus, comecei a enxergar o Evangelho dos dias hodiernos com outros olhos, com olhos criticos, com um olhar de decepção, pois de fato, como diz o pastor Ricardo Gondim "O modelo evangélico brasileiro adoeceu". É bem verdade que o Evangelho do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é um só, é imutável, desde seu começo, mas os homens, incluindo os evangélicos, não o são.

É desde o princípio de tudo que o homem vêm mudando, mudando de bem pra mal, de mal pra pior. Sabemos também que "nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios". Mas tudo isso vêm acontecendo justamente para cumprir o que Deus já havia pré estabelecido em sua Palavra.

O que está ocorrendo nesses últimos dias (pelo menos o que eu tenho observado) é que algumas liturgias de cultos estão fugindo do padrão bíblico, padrão esse que já estava estabelecido na igreja de Corinto, igreja essa que tinha todos os dons do Espírito Santo, porém lhe faltava o amor. Paulo escrevendo a igreja de Corinto na sua primeira carta, disse no cápitulo quatorze e versículo vinte e seis o seguinte: "Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação".

Percebeu a ordem? A liturgia de nossos cultos deve ser esta que fora descrita pelo apóstolo. Em primeiro lugar, no culto que prestamos a Deus deve ter Louvor (Salmo), Ensinamento da Palavra de Deus (Doutrina), Manifestações dos Dons do Espírito Santo (Revelação, Língua e Interpretação).

A Bíblia não foi escrita aleatóriamente. A palavra de Deus foi escrita por Homens dotados de uma capacidade sobrenatural para escrever palavras que foram sopradas por Deus! É por isso que está na ordem certa o versículo supracitado, primeiro vêm o louvor (salmo), que têm a função de preparar o coração para que a Palavra possa ser enxertada nele, depois vêm o ensinamento ou a exposição (pregação) da Palavra de Deus, por último vêm as manifestação dos dons espírituais, como línguas, profecias, interpretação, etc.

Mas parece que essa ordem está invertida. Hoje em dia priorizamos mais em nossos cultos os louvores e os dons espírituais e por último (quando tem) a pregação ou ensinamento da Palavra de Deus.

Quando isso acontece aqui na igreja aonde congrego, fico, como dizem alguns "pra morrer", fico muito chateado, porque eu sei o quanto o tempo é precioso e bastante curto para a pregação da Palavra de Deus - outro erro grave que ocorre em algumas congregações - e ainda existe pessoas, principalmente às do ministério, que ao invés de aproveitar o tempo que já é por sinal bastante curto, ao invés de aproveitá-lo para ensinar e pregar a Santa Palavra de Deus, ficam dando continuidade aos louvores, ou então pedem para orar por isso ou por aquilo, ou então para preencher o tempo, ficam dizendo palavras de efeito como "Jesus está aqui", "o anjo do Senhor está paciando aqui" ou também "a glória de Deus está aqui".

Meu espírito, quando presencia estas coisas, fica agitado, fico triste e decepcionado, pois a minha alma não se satisfaz com palavras de efeito motivacional, mas se setisfaz sim, com a Palavra viva proveniente do Conselho do Senhor! Palavra essa que quando exposta no poder do Espírito Santo é eficaz para transformar vidas, reformar e reavivar a Igreja.

Meus irmão, por favor, eu lhes peço, páre de ficar dirigindo o culto como se fosse seu, páre de praticar esses modismos. Dirija o culto conforme a liturgia bíblia da qual falamos, pregue a Palavra, ensine a Palavra e Deus trará os resultados!

Em Cristo Jesus, Senhor nosso. Amém.

Thiago Rabello.